A exposição da sua vida em uma pracinha

Recentemente tenho escutado diversos tipos de confissões, não, não virei psicóloga, mas são aquelas confissões inevitáveis de se ouvir e pior aquela que você não quer saber e que diz respeito a pessoas que você nem conhece, como é possível?

Desde que chegamos em Brasília sinto esse peso em relação a minha antiga moradia, quando vou a pracinhas, parquinhos 90% são babás que estão ali para cuidar do filho de uma outra mulher...ou pelo menos deveria!
Não vou falar sobre babá que toma conta,que educa ou que faz o papel de mãe, não é esse o assunto,mas sim um que consequentemente vem chamando minha atenção e que talvez você nem saiba e que exista na sua casa.
Nunca gostei de "terceira" pessoa na minha casa, sou bem incomodada com relação a isso e quando me refiro terceira pessoa são aquelas pessoas que pagamos para tomar conta do nosso lar e dos nossos filhos, me sinto mal pela falta de liberdade, no máximo diarista e foi o que sempre tivemos, não quer dizer que um dia eu não venha a precisar não é esse o caso... independente de qual seja a forma corremos o risco de ter nossa intimidade exposta, se torna mais fácil de administrar quando se percebe o risco que se corre.

Porque entrei nessa questão? Estava no parquinho com Vitória, uma babá se aproximou de nós...Sobe e desce no escorrego Vitória brincava com a criança ao qual ela cuidava... Menos de 5 minutos ela já se queixava do que a sua patroa possivelmente estava fazendo ao invés de estar ali em seu lugar e a conversa começou meio assim...

Babá / "Linda sua filha!
Eu: Obrigada!
Babá/ " Você que toma conta dela?"
Eu: Sim! 
Babá/ "Ah mãe dela tá lá no facebook, não trabalha, deveria cuidar da menina para que eu terminasse a casa..."

Surpresa pelo comentário de alguém que nunca havia visto e mais surpresa por nem saber a quem se referia. Fiz uma cara de quem não estava entendendo e mesmo assim continuo...

Babá / "Tá brigada com o marido, ontem foi uma briga na frente dessa criança, que dava pena...saí de perto com a coitadinha só chorava..."

Dando graças a Deus, Vitória mudou de brinquedo e não tinhamos como "conversar", mas não demorou muito para que aquele assunto entre outros estivesse na roda da conversa. Por ser um parquinho pequeno é impossível que não se pegue "pedaços" de conversas, entre um e outro escutava:


"Ah, mas isso é besteira a mãe desse não faz nem a feira, todos os dias é a mesma coisa...e quando o marido chega a noite ela tira um congelado, não me deixa cozinhar...acho que ficou com ciúmes da ultima vez que fiz..." Falava uma senhora que aparentemente era babá.

Uma outra falava da patroa ser mão de vaca que dava carona mais cobrava pelo "favor".

Enfim, eram vários comentários o mais incrível que os 40 minutos que passei com Vitória era apenas sobre esses tipos de assunto.
Claro, não estou generalizando muitas vezes vejo babás que são quase mãe, vejo aquelas que defendem os patrões como também vejo as que expõe.

Acabamos nos tornando reféns dentro da nossa própria casa e o pior sem saber. Não quero defender A nem B só que todos temos direito de brigar com marido/esposa, olhar o facebook e brincar com os filhos sem que ninguém nos aponte ou que divulgue no "jornal do parquinho"  nunca se sabe o que passa dentro da sua casa nem do seu coração. Já faz um tempo que gostaria de compartilhar essa opinião com vocês, mas o meu pouco tempo não me deixava, aquele velho ditado se torna sempre o mais sábio..."Todo CUIDADO é pouco...!"

Beijos,
Manú